Miami próximo destino

Abertura prevista para o 2o semestre deste ano e terá desde as cadeiras a peças de mobiliário made in Portugal.
É o primeiro destino da internacionalização do conceito. João Cepeda, Presidente do Time Out Market Worldwide está a liderar esta operação e revela como será este desafio que vai de Lisboa para Miami.

1. Lançaram o desafio de viver a restauração de uma maneira completamente diferente, disruptiva…

Muito diferente, as pessoas já não querem na maior parte das vezes ir jantar num ambiente tradicional, formal numa mesa com outra pessoa. Querem outro tipo de experiência, querem experimentar vários tipos de comida, vários tipos de vinhos e querem ver outras pessoas. Nós conseguimos com este conceito dar-lhes isso.

2. Factores como a grande afluência, o volume de negócios, o crescimento sustentado levaram à questão de internacionalizar a marca.

A primeira coisa que percebemos foi que num processo de internacionalização, o melhor, é provalvelmente, neste contexto atual do mundo começar pelos Estados Unidos. É um mercado mais previsível, é um mercado onde é mais fácil nós chegarmos a projetos de licenciamento, portanto, decidimos ir por aí.
As primeiras cidades que vamos ter são Miami, Boston e Chicago, serão três mercados para abrir em breve nos Estado Unidos.

3. Está a liderar esta operação, como é gerir tudo isto?

A parte que mais me compete é a parte melhor, que é dar corpo ao conceito, e o conceito vive da arquitetura, do design e da curadoria. É realmente um desafio porque em todas as cidades do mundo vai ser completamente diferente, ter que criar um projeto customizado à cidade, ir à procura dos restaurantes locais, de quem são os artistas locais, os designers locais e, portanto, não é fácil, mas é muito divertido, não há projeto melhor que este. É um projeto que é nosso e ainda por cima com estas coisas tão boas das cidades, é perfeito!

4. Quando surge a ideia ?

Seis meses depois do Mercado ter aberto, o sucesso foi tal que o grupo resolveu comprar-nos, a marca Time Out, a casa Mãe decidiu comprar esta nossa operação. E depois contratou-me de volta para os ajudar a replicar este conceito pelo mundo. Estamos efetivamente há mais de dois anos a fazer estes projetos. É preciso ver que estes projetos levam muito tempo, o projeto do Mercado de Lisboa demorou quase três ano a ficar de pé.
Então é normal, que para construí-los, licenciá-los, os alicerces de tudo isto são difíceis, sobretudo quando se quer sempre espaços icónicos em zonas com  potencial de crecimento grande, juntar estes factores todos que são precisos para que o Mercado funcione, como aconteceu no Cais do Sodré, com o  Mercado da Ribeira.

5. O que mais o atrai neste próximo destino?

Há um lado mau onde encontro parecenças quase com o Cais do Sodré de há cinco , seis anos e que me motiva saber que posso ser um dos agentes a mudar aquilo, ajudar a fazer a diferença. Uma coisa boa para uma cidade, quando conseguimos ajudar numa altura em que ela quer, isso é extraordinário, e a cidade querer mudar,  é coisa muito importante. Lisboa queria mudar, Lisboa sabia que era ótima, a maior parte das pessoas andavam distraídas com a nossa qualidade e, de repente, tivemos a atenção e mudou.
Eu acho que Miami, sobretudo, para a zona que nós vamos que é a zona turística por exelência, South Beach, há uma grande vontade dos locais em recuperar, em dar algum interesse, não ser tão trashy como eles dizem. Acho que nós sabemos fazer isso e conseguir fazer uma coisa que há muito aquelas pessoas anseiam. E isso para a uma cidade é extraodinário.[vc_video link=”https://www.youtube.com/watch?v=XyH1vr970Tw” align=”center”]

6. E vamos poder encontrar coisas Made in Lisboa, Made in Portugal?

Definitivamente, isso é o compromisso desta sala, a sala criativa, todo o projeto criativo está aqui no Mercado da Ribeira, com o Hugo Neves e  três arquitetos e nós só trabalhamos os projetos internacionais e uma das nossas grandes missões é conseguirmos transportar alguns dos elementos chave lá para fora. Já estamos a trabalhar muito nisso , desde as cadeiras a peças de mobiliário.

7. Mais do que levar um Mercado, é levar Portugal?

É das coisas que eu mais gosto, é quando as pessoas dizem  quando apresento o projeto, “uma ideia que veio de Lisboa”, um projeto que vem de Lisboa. A Time Out é uma marca inglesa, mas o Time Out Market é uma marca que nasceu aqui, de uma ideia nossa, de um conceito nosso, que só foi possível porque havia esta equipa, esta cidade e todo este interesse à volta.
Sempre que apresentamos a ideia, fazemos sempre questão de relembrar isso. Posso dizer que na apresentação de Miami havia Pastéis de Nata na Conferência de Imprensa. E porquê, se é uma marca inglesa que está a apresentar um conceito em Miami? Porquê? Porque a marca nasceu aqui, é uma marca de Lisboa. E por isso, como digo vai haver muitos carimbos Made in Portugal em pequenos elementos que irão estar distribuídos, mas mais do que isso vai haver o nosso Ethos, porque fomos nós que fizemos isso com a criatividade portuguesa, tão caraterística que nós temos.

8. Conseguiram encontrar um edificio icónico…

Um edifício icónico, metade do tamanho do de Lisboa talvez, não se aproxima da dimensão mas tinhas algumas caraterísticas que eram parecidas como ter um Hall grande onde as pessoas possam sentir a força, a potência deste conceito, isso era importante. Além disso, é um edifício icónico pelas razões mais estranhas, é um parque de estacionamento mas desenhado de uma forma muito interessante, recente, tem oito, nove anos, é um edifício muito estranho, em Miami, que achamos que tem o espírito, a aúrea certa para nós nos encaixarmos lá.

João Cepeda deixa um conselho a todos os que estão a começar o seu projeto.

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